Você sabe quemé o profissional gerontólogo? Graduado no Bacharelado em Gerontologia, durante 4 anos, esse profissional tem uma formação ampla e multidisciplinar, pois estuda todo o processo de envelhecimento humano nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais, objetivando proporcionar uma melhor qualidade de vida para a população, em especial, para as pessoas idosas. A atuação profissional pode ser realizada em diferentes contextos, como na gestão de serviços destinados ao público idoso, na formulação e manutenção de políticas públicas direcionadas para o envelhecimento, na realização de práticas de promoção de saúde física, mental e cognitiva, entre outros.
Durante o processo de formação o estudante de gerontologia tem a possibilidade de aprender através de aulas teóricas e atuação prática em estágios curriculares e presenciais, compreendendo a funcionalidade do cérebro, bem como os efeitos do tempo ou de doenças neurodegenerativas para esse órgão tão complexo. Adicionalmente, aprende-se de que modo as práticas profissionais podem contribuir com a prevenção e promoção de saúde para a cognição. Dessa forma, o gerontólogo que visa direcionar suas práticas profissionais na área cognitiva pode atuar como mediador entre os indivíduos, a família e os profissionais de saúde, colaborando e criando estratégias para lidar com o paciente no dia a dia, estabelecendo rotinas e realizando estimulação cognitiva.
A estimulação cognitiva é uma intervenção do grupo, das intervenções não farmacológicas, pela qual os indivíduos são estimulados para preservar as funções cognitivas, e em alguns casos, também pode auxiliar no processo de reabilitação das funções físicas, psicológicas e sociais do indivíduo.
Uma das principais características da estimulação cognitiva refere-se ao fato que ela não se destina a uma habilidade cognitiva específica, uma vez que estimula-se um conjunto de domínios cognitivos, tais como: memória, raciocínio lógico, concentração e funções executivas. Essa intervenção pode ser realizada em grupo ou individualmente.
Nesse contexto, a estimulação cognitiva é uma alternativa de prevenção, promoção de saúde mental e tratamento de quadros de alterações cognitivas (como as demências), transtornos de humor como depressão e ansiedade, além da prevenção da redução da funcionalidade. Através dos exercícios realizados pode-se desacelerar os sintomas decorrentes de síndromes demenciais neurodegenerativas. As tarefas aplicadas podem ser realizadas, por exemplo, através de jogos lúdicos, poesias, músicas, contação de histórias e utilização de materiais didáticos.
O profissional gerontólogo além de estudar as características comuns do envelhecimento, possui as habilidades necessárias para administrar as especificidades de cada indivíduo.
Nesse sentido, considera-se a história de vida, as preferências, o contexto familiar e as demandas apresentadas por cada idoso, ao elaborar as atividades a serem realizadas nas sessões de estimulação das habilidades do cérebro. É válido destacar também que o gerontólogo realiza avaliações periódicas antes do início da intervenção e em um intervalo de tempo, conforme o perfil do paciente, para mensurar os efeitos da realização dos exercícios.
Em suma, é cada vez mais necessário estimular os indivíduos a praticar atividades que exijam um pouco mais de sua cognição, promovendo melhor envelhecimento cognitivo, preservando e contribuindo com a melhora das funções cerebrais, tendo como enfoque descobrir as necessidades e possibilidades do paciente de forma individualizada, considerando cada sujeito como um ser único.
Destacamos a seguir os principais benefícios da atuação do gerontólogo na estimulação cognitiva:
- Conhecimentos gerais sobre o processo de envelhecimento e capacidade de integração dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais;
- Respeito pela individualidade, autonomia e história de vida;
- Capacidade de personalizar as atividades e exercícios com base nas preferências e contexto de vida;
- Monitoramento dos benefícios alcançados através da intervenção cognitiva, com a aplicação de protocolos de avaliação.
Caso você queira saber um pouco mais sobre estimulação cognitiva, recomendamos a leitura publicada neste mesmo site: https://metodosupera.com.br/como-acontece-a-estimulacao-cognitiva-em-idosos/.
Assinam este texto:
Cássia Elisa Rossetto Verga: Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020.
Gabriela dos Santos: Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Assessora científica da pesquisa de validação do Método Supera.
Profª Drª Thais Bento Lima da Silva: Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. Diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). É assessora científica e consultora do Método Supera.
Referência
LIMA-SILVA, T. B. Como acontece a estimulação cognitiva em idosos. Método Supera. São Paulo, 2016. Disponível em: https://metodosupera.com.br/como-acontece-a-estimulacao-cognitiva-em-idosos/. Acesso em: 16 dez. 2021.